
A Conexão entre o Samba do Bule e o Teatro Popular União e Olho Vivo: Resistência e Cultura Popular
É na sede do Teatro Popular União e Olho Vivo (TUOV) que o Samba do Bule encontra sua essência, onde as rodas de samba celebram a resistência cultural e onde Mestre Ziza inspira a luta e a alegria. Com uma trajetória que une teatro e música, essas duas expressões são pilares de uma mesma missão: levar cultura ao povo e fortalecer a identidade popular.
Desde 1967, o TUOV tem se destacado por seu compromisso com o teatro popular, reconhecido nacional e internacionalmente. Sua participação em festivais como o Porto Alegre em Cena, FIT BH, Festival Nacional de Teatro Cidade de Vitória e apresentações marcantes no Marco Zero de São Paulo consolidaram seu legado como um espaço de luta artística e social. O Samba do Bule, fundado há 17 anos, compartilha dessa trajetória ao integrar música e teatro em ações conjuntas, como no emblemático projeto do Sítio da Cultura Popular.
Essa relação entre o Bule e o TUOV é também uma celebração da memória e da resistência. Ao longo dos anos, o TUOV recebeu reconhecimento de figuras como Luís Carlos Prestes e até mesmo do então presidente Luís Inácio Lula da Silva, que exaltou o trabalho do grupo por transformar a vida das populações mais vulneráveis. Hoje, o Samba do Bule carrega esse espírito em cada roda, enredo e desfile, reafirmando que a arte popular é ferramenta de transformação.
Com enredos como “A Mente é a Expressão da Liberdade”, desenvolvido em parceria com CAPS, e “Bule de Prata, Cordão de Ouro”, que homenageou a capoeira e mestres como Pastinha e Besouro, o Bule fortalece laços com a comunidade do Parque do Gato e projetos como No Tom da Capoeira. Além disso, sua atuação nos desfiles do Cordão do Bule e nos espetáculos do TUOV demonstra a força dessa conexão.
Enquanto o TUOV segue a "Tática Robin Hood", utilizando receitas de espetáculos em entidades convencionais para garantir apresentações gratuitas nas periferias, o Samba do Bule fortalece esse elo através da música, levando a tradição do samba e a luta cultural para novas gerações.
A parceria entre o TUOV e o Samba do Bule é mais do que histórica: é a continuidade de uma jornada de resistência e criação coletiva. Salve o TUOV e o Samba do Bule, unidos pela arte e pelo povo!

É na sede do TUOV que as rodas acontecem, que a água do bule abençoa e que Mestre Ziza baixa.
Suécia, ano de 1977. Durante o 4º Theater Fórum a conclusão foi: "O Olho Vivo é um caminho a ser seguido por todos que amam um Teatro voltado para o povo. Isso sem falar de sua qualidade estética. Um ano antes, o jornalista Jaguar bradava: "Bola pra frente União e Olho Vivo. Enquanto houver povo o teatro popular não vai morrer". Em maio de 1988, Luis Carlos Prestes parabenizou o Teatro Popular União e Olho Vivo por contribuir "no sentido de retirar nosso povo do terrível atraso cultural e que ainda, em boa parte, vegeta e tem conseguido elevar o nível de consciência política e ideológica de parcela da população mais pobre e explorada.
"Bola pra frente União e Olho Vivo. Enquanto houver povo o teatro popular não vai morrer"
Jaguar
Os anos de trabalho foram passando enquanto o reconhecimento aumentava. "Desde sua primeira peça até os dias de hoje, seu público preferencial estava não em palácios ou casas decoradas com ouro, mas o ouro que buscavam estava nos olhos sofridos e apertados dos pobres das periferias", disse o então presidente Luís Inácio Lula da Silva, em dezembro de 2003.
Em 2012, o Teatro Popular União e Olho Vivo chegou aos 45 anos de resistência artística. Levantando a bandeira e tendo como o principal objetivo a troca permanente de experiências sociais e culturais com as comunidades carentes de São Paulo e de todo o Brasil. Nessas quatro décadas desenvolveu um fértil trabalho, reconhecido nacional e internacionalmente, com encenações que seguem como estrutura a arte popular brasileira, chegando a participar dos principais festivais internacionais da América Latina, Europa e África.
Neste ano, o TUOV, fundado em 1967, participará da 19ª edição do POA em Cena, Festival Internacional de Artes Cênicas, apresentando "A Cobra Vai Fumar - Uma História da FEB". No atual espetáculo, o objetivo é colocar ao alcance de todos a trajetória da F.E.B. – Força Expedicionária Brasileira, durante a campanha da Itália, entre 1944/1945, na Segunda Guerra Mundial. A ida de soldados brasileiros para lutar na Europa, as implicações políticas e sociais que nortearam essa viagem, retratando o brado de revolta contra todas as injustiças e contra todas as guerras.
Como em todos os seus espetáculos, o homem do povo é sujeito da ação e não mero objeto. Um espetáculo histórico, musical e brasileiro!
O grupo, que garante a manutenção de seu trabalho por meio da "Tática Robin Hood", vendendo espetáculos para entidades convencionais e aplicando essa receita para seu objetivo primordial: percorrer os bairros da periferia da cidade paulistana, de qualquer cidade do Brasil ou do mundo.... Com ingressos a preços simbólicos ou gratuitos, é diretamente ligado ao Samba do Bule e aos seus oito anos de história.
Salve o Teatro União e Olho Vivo e sua história!

